domingo, 30 de setembro de 2007

Dança...

... comigo esta noite!
Entrego.te o meu corpo e deixo.me ser guiada...
Descalços, na areia molhada, deixamo.nos levar pelo som do vento... pelo sussurar das ondas que rebentam a nossos pés...
Colocas as tuas mãos na minha cintura e puxas.me para ti num sentimento de posse...
Olhas.me nos olhos e deixas deslizar a tua mão na minha face... dizendo.me com o olhar... Amo.te toda!
Rodopias.me num ir e vir de sentimentos... numa dança e contra dança... num roçar de corpos em devaneios...
Moves.me vagarosamente para que me possas sentir toda e envolves.me de forma quente com os teus doces beijos que me caem no corpo...
Reviras.me... enlaças os teus dedos nos meus cabelos... mordes.me os lábios... e tens.me tua...
Nossos ventres colados tornam.se num só... numa interminável dança...
A orquesta some.se deste cenário ficando apenas um silêncio ensurtecedor...
O teu respirar em mim... o meu sabor a sal em ti... e a ausência da música em nós...
Deito a minha cabeça no teu peito e canto.te baixinho "Dance me to the end of love"...
Deixamos partir a Lua e quebramos... deitados, enrolados, nos braços um do outro...
...
Danças comigo esta noite?

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

...

Sangra.me a alma... uma dor absurda... uma dor inevitável...
Dói quando me falas ao coração sem os tais "faz de conta"...
Hoje não te queria em mim... queria.te comigo, a meu lado... queria o teu aconchego, os teus braços envoltos no meu corpo, como se do Mundo me protegesses...
Sinto.me tão cansada que preciso que me adormeças com a tua tranquilidade e que me acordes com o teu sorriso...
Amanhã será um novo dia... um dia em que tudo voltará à normalidade... em que voltaremos novamente para o palco envergando os papeis que tão bem desempenhamos...
Um palco e nós... um palco onde as palavras são apenas meras figurantes porque nos lemos mutuamente com o olhar... partilhamos uma linguagem única... uma linguagem muito nossa... uma linguagem ilegível aos demais que só a nós cabe decifrá.la...
Um palco de pequenos momentos vividos intensamente... um palco onde a tua ausência me mata sempre um pouco, pois nele e sem ti sinto.me despida...
Um palco e duas vidas separadas...

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Inquieta...


O calor da noite desce no meu corpo e teima em não sair...
Os segundos passam e tu permaneces no pensamento...
Quando te vejo, apodera.se de mim uma vontade avassaladora... Um querer ter e não poder...
Deixas.me embriagada com o teu olhar... com o teu sorriso... com o teu Ser...
As tuas mãos... o teu toque... tu todo... deixam.me numa ânsia profunda...
Deixam.me inquieta... demasiadamente inquieta!
A tua presença faz.me denunciar nos mais pequenos gestos... tu sabes o que te quero... quanto te quero... e como te quero...
Como vou acalmar eu, tal inquietude que de mim se apodera???
Talvez ver.te como algo inacessível, ver.te como uma iguaria dos Deuses e degustar.me com a imagem que tenho de ti ???
Não... é muito pouco para quem tanto deseja...
Acalma.me com o teu corpo dentro de mim...
Acalma.me com as tuas palavras... com os teus gestos... com a tua vontade...
Acalma.me com a tua boca na minha... com a tua língua em mim toda...mas acalma.me...
Despe.te...despe esse Negro que tão bem te acenta e torna.te meu...por um momento... um único momento...

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Encontros casuais...


A hora de jantar aproximava.se e Júlia dirige.se ao telefone marcando de seguida o nº da sua amiga... aquela a quem ela fazia todo o tipo de confidências, mesmo as mais perversas e ousadas.
- Alexandra, estás pronta para irmos jantar? Hoje vamos ao Palace... tenho vontade de ver pessoas bonitas, bem vestidas e com todos os pormenores escolhidos a rigor, como se para uma festa fossem.
- Vamos sim Júlia - e deixou escapar um sorriso cúmplice como se lhe tivesse lido a mente. Sabia que a grande vontade de Júlia era cruzar.se com ele... um "encontro casual".
Júlia envergava um vestido preto cintado, que lhe cobria os seus grandiosos seios, deixando a descoberto todo o seu colo... os seus ombros realçavam de forma muito elegante. Os sapatos eram pretos, pontiagudos, altos e com um salto muito fino. O cabelo, escuro e longo encontrava.se solto. No seu rosto destacava.se o olhar... verde, felino, penetrante.
Já Alexandra enquadrava.se num estilo também ele elegante mas mais casual.
O restaurante era de um requinte soberbo..."la média luz" era uma constante... as mesas muito bem decoradas... tudo como mandava o figurino.
Fomos recebidas pelo gerente que nos encaminhou logo para a nossa mesa... fiquei desconfiada que o seu olhar recaíu sobre Alexandra, mas ela fingiu nem perceber.
Enquanto faziamos o pedido dou conta da chegada de Diogo que vinha acompanhado pelo seu colega e amigo Lourenço. Coincidência ou não, sentaram.se numa mesa próxima de nós. Logo Alexandra esboçou um sorriso com tal chegada... eu mantive um ar sério e como se nada fosse terminei o pedido.
Eles, como verdadeiros cavalheiros, dirigiram.se à nossa mesa cumprimentando.nos com um beijo.
Conheci Diogo de uns negócios travados em tempos idos e a nossa relação nunca ficou muito definida, o que, eventualmente, me satisfez... ele mexia comigo de uma forma insane...
Vinha lindissimo, também ele de negro... o cabelo desalinhado e um sorriso suficientemente sacana para me desassossegar... ele despia.me com o olhar...
Trocamos breves palavras e em seguida encaminharam.se para a respectiva mesa...
Lourenço era dotado de um grande sentido de humor o que nos agradava bastante... já Diogo partilhava de um humor inglês... um tanto sarcástico e sempre com aquele ar muito sério. Dizia as maiores barbaridades tornando.as quase em verdades.
Alexandra sabia que eu, mesmo mantendo a postura, estava demasiadamente inquieta. Conversamos, durante o jantar, sobre trivialidades, (a minha mente estava nele e sei que a dele em mim) sobre o trabalho, as desilusões e ilusões amorosas, e pouco mais...
Eu já não conseguia gerir a conversa... estava agitada... impetuosa... deixava esboçar um sorriso como se a conversa estivesse interessante e contorcia levemente as ancas... as pernas cruzavam e descruzavam vagarosamente... queria.o já... naquele instante...
Ele, enquanto degustava o jantar comia.me com os olhos... saboreava cada pedaço do meu corpo... absorvia cada poro da minha pele...
Depois do jantar terminado, os cafés foram pedidos e foi nesse entretanto que num gesto suave me levantei dirigindo.me à toillete.
- Venho já Alexandra, não demoro - disse eu de forma maliciosa.
- Não tenhas pressa - retorquiu Alexandra, piscando.me o olho.
No caminho passei por perto da mesa dele, olhei.o e sorri...como se lhe tivesse dito... segue.me já!!!
O hall era repleto de espelhos... a chaise long em veludo, vermelho escuro e os candeeiros a meia luz... Sentei.me na chaise long como se algo procurasse na mala e eis que a porta se abre... ele entrou, encostou.se à parede e sorriu...
- Continuas linda! Os anos não passam por ti.
- São os teus olhos que não te deixam ver a verdade - disse eu com um ar singelo, baixando a face e levantando o olhar.
- Sabes que senti a tua falta... o teu toque, o teu cheiro, o teu sabor...
- Sei que sabes que também eu senti a tua ausência. ( que vontade de te ter... )
Não poderia ser muito óbvia ou explicta com ele... temia que esse fosse o meu fim... a nossa relação sempre funcionou bem, talvez porque nunca tenhamos sido honestos em expor os sentimentos... era como se estivessemos num jogo, em que nenhum de nós quisesse ser o vencido.
Chegou.se perto de mim, colocando as suas mãos em meus ombros, que demoradamente, foram descendo pelo restante corpo.
Eu tremia por dentro... nunca ninguém me deixara assim.
Afastei.lhe as mãos, virei as costas e dirigi.me à casa de banho das senhoras, enquanto o olhava de relance...
Inevitavelmente ele seguiu.me... seguia cada um dos meus passos com calma e convicção...ambos sabiamos como ía terminar.
- Que fazes aqui? Sabes que não é permitida a tua entrada.
- Nós nunca fizemos o que é permitido... sempre infringimos a moral e os bons costumes - disse ele enquanto me sorria de forma sacana.
- És perverso. ( e tanto que me agrada )
- Não mais que tu e sabe.lo tão bem quanto eu.
Num gesto brusco agarra.me, encostando.me num ápice à parede. As suas mãos percorrem.me na integra. Levanta.me o vestido enquanto eu o dispo sofregamente.
- Deixas.me louco... insane.
- Sei o que te tira do sério...
- Quero.te para mim... fazer.te minha.
E os nossos corpos entrelaçaram.se freneticamente. O cheiro que pairava no ar entranhava.se em cada poro do nosso corpo. Os gemidos eram constantes... ambos nos sentiamos ávidos de prazer e a vontade de nos possuirmos era demasiada... uma vontade animalesca...
A noção da razão era absorvida pelo desejo do sexo.