segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Encontros casuais...


A hora de jantar aproximava.se e Júlia dirige.se ao telefone marcando de seguida o nº da sua amiga... aquela a quem ela fazia todo o tipo de confidências, mesmo as mais perversas e ousadas.
- Alexandra, estás pronta para irmos jantar? Hoje vamos ao Palace... tenho vontade de ver pessoas bonitas, bem vestidas e com todos os pormenores escolhidos a rigor, como se para uma festa fossem.
- Vamos sim Júlia - e deixou escapar um sorriso cúmplice como se lhe tivesse lido a mente. Sabia que a grande vontade de Júlia era cruzar.se com ele... um "encontro casual".
Júlia envergava um vestido preto cintado, que lhe cobria os seus grandiosos seios, deixando a descoberto todo o seu colo... os seus ombros realçavam de forma muito elegante. Os sapatos eram pretos, pontiagudos, altos e com um salto muito fino. O cabelo, escuro e longo encontrava.se solto. No seu rosto destacava.se o olhar... verde, felino, penetrante.
Já Alexandra enquadrava.se num estilo também ele elegante mas mais casual.
O restaurante era de um requinte soberbo..."la média luz" era uma constante... as mesas muito bem decoradas... tudo como mandava o figurino.
Fomos recebidas pelo gerente que nos encaminhou logo para a nossa mesa... fiquei desconfiada que o seu olhar recaíu sobre Alexandra, mas ela fingiu nem perceber.
Enquanto faziamos o pedido dou conta da chegada de Diogo que vinha acompanhado pelo seu colega e amigo Lourenço. Coincidência ou não, sentaram.se numa mesa próxima de nós. Logo Alexandra esboçou um sorriso com tal chegada... eu mantive um ar sério e como se nada fosse terminei o pedido.
Eles, como verdadeiros cavalheiros, dirigiram.se à nossa mesa cumprimentando.nos com um beijo.
Conheci Diogo de uns negócios travados em tempos idos e a nossa relação nunca ficou muito definida, o que, eventualmente, me satisfez... ele mexia comigo de uma forma insane...
Vinha lindissimo, também ele de negro... o cabelo desalinhado e um sorriso suficientemente sacana para me desassossegar... ele despia.me com o olhar...
Trocamos breves palavras e em seguida encaminharam.se para a respectiva mesa...
Lourenço era dotado de um grande sentido de humor o que nos agradava bastante... já Diogo partilhava de um humor inglês... um tanto sarcástico e sempre com aquele ar muito sério. Dizia as maiores barbaridades tornando.as quase em verdades.
Alexandra sabia que eu, mesmo mantendo a postura, estava demasiadamente inquieta. Conversamos, durante o jantar, sobre trivialidades, (a minha mente estava nele e sei que a dele em mim) sobre o trabalho, as desilusões e ilusões amorosas, e pouco mais...
Eu já não conseguia gerir a conversa... estava agitada... impetuosa... deixava esboçar um sorriso como se a conversa estivesse interessante e contorcia levemente as ancas... as pernas cruzavam e descruzavam vagarosamente... queria.o já... naquele instante...
Ele, enquanto degustava o jantar comia.me com os olhos... saboreava cada pedaço do meu corpo... absorvia cada poro da minha pele...
Depois do jantar terminado, os cafés foram pedidos e foi nesse entretanto que num gesto suave me levantei dirigindo.me à toillete.
- Venho já Alexandra, não demoro - disse eu de forma maliciosa.
- Não tenhas pressa - retorquiu Alexandra, piscando.me o olho.
No caminho passei por perto da mesa dele, olhei.o e sorri...como se lhe tivesse dito... segue.me já!!!
O hall era repleto de espelhos... a chaise long em veludo, vermelho escuro e os candeeiros a meia luz... Sentei.me na chaise long como se algo procurasse na mala e eis que a porta se abre... ele entrou, encostou.se à parede e sorriu...
- Continuas linda! Os anos não passam por ti.
- São os teus olhos que não te deixam ver a verdade - disse eu com um ar singelo, baixando a face e levantando o olhar.
- Sabes que senti a tua falta... o teu toque, o teu cheiro, o teu sabor...
- Sei que sabes que também eu senti a tua ausência. ( que vontade de te ter... )
Não poderia ser muito óbvia ou explicta com ele... temia que esse fosse o meu fim... a nossa relação sempre funcionou bem, talvez porque nunca tenhamos sido honestos em expor os sentimentos... era como se estivessemos num jogo, em que nenhum de nós quisesse ser o vencido.
Chegou.se perto de mim, colocando as suas mãos em meus ombros, que demoradamente, foram descendo pelo restante corpo.
Eu tremia por dentro... nunca ninguém me deixara assim.
Afastei.lhe as mãos, virei as costas e dirigi.me à casa de banho das senhoras, enquanto o olhava de relance...
Inevitavelmente ele seguiu.me... seguia cada um dos meus passos com calma e convicção...ambos sabiamos como ía terminar.
- Que fazes aqui? Sabes que não é permitida a tua entrada.
- Nós nunca fizemos o que é permitido... sempre infringimos a moral e os bons costumes - disse ele enquanto me sorria de forma sacana.
- És perverso. ( e tanto que me agrada )
- Não mais que tu e sabe.lo tão bem quanto eu.
Num gesto brusco agarra.me, encostando.me num ápice à parede. As suas mãos percorrem.me na integra. Levanta.me o vestido enquanto eu o dispo sofregamente.
- Deixas.me louco... insane.
- Sei o que te tira do sério...
- Quero.te para mim... fazer.te minha.
E os nossos corpos entrelaçaram.se freneticamente. O cheiro que pairava no ar entranhava.se em cada poro do nosso corpo. Os gemidos eram constantes... ambos nos sentiamos ávidos de prazer e a vontade de nos possuirmos era demasiada... uma vontade animalesca...
A noção da razão era absorvida pelo desejo do sexo.


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